Thursday, September 20, 2007

será que cola?

outra coisa que me inquieta muito são essas modinhas.
ultimamente, para a minha eterna surpresa, algumas coisas bem legais têm sido lançadas, nesses revivais anos 40, 50, não sei, parece que estão acertando no tom. estou falando de roupas, calçados e acessórios, sim.

dia desses, andando pelo shopping, coisa que nunca tenho paciência para fazer, e agradeço as milhares de lojas espalhadas pelos bairros que me livram desse fardo, deparei com uma das coisas mais horrendas já inventadas depois da boneca da Angélica com a pinta na perna: sim, era a tal sandália/tamanco/incógnita de borracha. lançamento.

aí percebi que aquilo não era novidade para mim, na semana anterior eu havia visto um casal, sim, pasmem, um casal usando os tais tamancões de borrachas super coloridos.

gente, mau gosto tem tamanho, vocês podem ser processados por poluição visual.


mas enfim, o que quero concluir com isso tudo é: não há limites para as imposições mercadólogicas e as pessoas vão comprar mesmo achando esquisito, porque 'tá na moda'.
o que me faz pensar, também, na salinha dos estilistas, grandes empresas e seus parceiros pensando: "é.. é estranho, mas a gente chama isso de inovador, faz uma puta campanha, chama a gisele bixem e pronto. um sucesso".


ai, cristo.

" muitos querem se vestir com o que não lhes fica bem"...

ps. não consegui achar uma foto da dita-cuja, but trust me, quando você vir, vai saber o que é.

comer para crer.

A primeira vez que vi a Fantástica Fábrica de Chocolates, lembro da cena de uma parede com vários desenhos de frutas ou comidas, e Mr. Wonka pedindo para as crianças provarem dos desenhos, aquela coisa que no remake virou um jardim super hi-tech de coisas comestíveis, - " até eu sou comestível, mas isso seria canibalismo." - e super coloridas e vivas. Ainda no remake, há a infame situação do chiclete que se mastigado, se comportaria como a ingestão de uma refeição inteira, saciando o indíviduo e ainda poupando-lhe tempo. Porém, ainda em fase de testes, e avisada - ou não - por Willy Wonka, Violet Beauregarde, a menininha viciada em chicletes, se transforma em uma gigante blueberry. Antes disso, ela descreve a sensação inigualável de estar comendo batatas, carne.... enfim, a tal refeição.

bom, fazendo um paralelo com a realidade, pelo menos a minha, chego às batatas ruffles com seus - nem tão- novos sabores de frango à passarinho, frango com um 'toque de azeite', e derivados.


Já até consigo imaginar a sala da fantástica fábrica da ruffles onde eles transformam uma galinha em batata.


fala sério, galera.

Wednesday, September 12, 2007

when routine bites hard..



.:.



sexta-feira desta mesmíssima semana tem show do Nouvelle Vague no Circo Voador, Rio. E eu não vou. Pode parecer que não estou desesperada, mas isso são muitas horas de mantras e pedidos de calma ao divino-espírito-santo.

.:.

comecei a ouvir NV dentro da van que nos levava para Itaúnas, revéillon de 2005, primeiro período da faculdade de arquitetura. E foi o Everson que pôs o cd. Até então eu duvidava bastante das preferências musicais dele; estava enganada.

Com a paixão, comecei a colecionar tudo o que eu podia de notícia, música, e estampas de stêncil desta banda. Aos desavisados, Nouvelle Vague quer dizer Bossa Nova, em francês. E o que eles fazem, de fato, é revisitar clássicos da década de oitenta com um toquezinho da nossa bossa. É bonito, é pop ,no real sentido da palavra, e além de tudo é um tipo de música que cabe em qualquer situação: tristeza, alegria, praia, chuva, também não era assim com Vinícius?

.:.

Enfim..
há pouco tempo descobri que Camille, minha querida e amada cantora francesa fazia parte do NV... eu suspeitava, afinal seus agudíssimos estavam presentes em algumas músicas.. impossível não reconhecer. Camille é a atual popstar française do Hexagone, e isso até me dá um pouquinho de inveja e raiva, ao pensar nos que 'reinam' em terras nossas. A mulher é uma mistura de pomba-gira com Brel, Barbatuques e o fino da bossa.


Pois é, Camille tem um quê de Bahia no sangue, o que sustenta minha teoria de que os franceses estão cada vez mais apaixonados pelo Brasil, e possivelmente, um dos poucos povos que percebeu a riqueza cultural que possuímos, além do já cansadíssimo trinômio 'futebol-samba-mulher-pelada'.

É por isso que a inveja diminui, rapá!

O Brasil tá na música francesa igual burrice nos Estados Unidos. para sempre.

.:.
então, volto aqui aos meus mantras, porque desta vez, mesmo que sem Camille, não poderei ver minha banda preferida do século 21.

ps: não vale roubar meu stêncil, Graize.

Tuesday, September 11, 2007

o pouco que sobrou.

há alguns dias, escrevi muitas coisas sobre essa necessidade pungente que temos que colocar as coisas para fora, em algum momento.
muito engraçado, pois no momento, eu acabei fechando a janela sem querer e desisti de postar.

enfim. um ano de fesmusquim. amelie disse que a gente não pode se basear pelo festival, senão o ano passa muito rápido. realmente, é assustador.

já que é assim.. foi ontem, então.. que eu cheia das minhas crises brandas resolvi pedir um tempo com uma dada pra pessoa, para poder me resolver primeiro. mas me arrependi tão amargamente disso, que durante o festival mesmo, já estávamos de volta.

lembro dessa situação agora nitidamente, e tudo voltou à tona neste exato momento em que encontrei uma versão de "Uns Versos", letra de um poeta português ( se não me engano..) musicada pela Adriana Calcanhotto.

recordo de todos os períodos de crises, as 'pra valer', da minha vida em que esta música estava presente. e sei lá, de alguma forma dói. e alivia.


'Sou sua noite, sou seu quarto
Se você quiser dormir
Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo

Sou seu fado, sou seu bardo
Se você quiser ouvir
O seu eunuco, o seu soprano
Um seu arauto
Eu sou o sol da sua noite em claro,
Um rádio

Eu sou pelo avesso sua pele
O seu casaco
Se você vai sair, o seu asfalto
Se você vai sair, eu chovo

Sobre o seu cabelo pelo seu itinerário
Sou eu o seu paradeiro
Em uns versos que eu escrevo
Depois rasgo '.


e ainda espero o telefone tocar.